Chips dentro do corpo substituirão cartões de crédito.
Em breve, a Applied Digital Solutions pretende colocar no mercado o Verypay, chip que, implantado sob a pele, substituirá os cartões de crédito.
São Paulo – Microchips de identificação por radiofreqüência (RD) estão sendo cada vez mais usados em transações financeiras nos Estados Unidos. O serviço Speedpass , da ExxonMobil, por exemplo, oferece chaveiros e relógios que, quando passados diante de uma bomba de combustível, conectam-se ao cartão de crédito do comprador e efetuam o pagamento de seu débito em poucos segundos.
Recentemente, mais de 400 lanchonetes da rede McDonald´s na região de Chicago, começaram a usar o sistema para pagamento de suas guloseimas.
Agora, Applied Digital Solutions anuncia o VeriPay, chip com o mesmo propósito do Speedpass, com a diferença de que ele é implantado sob a pele. Nesse caso, quando alguém for a um caixa eletrônico, bastará fornecer sua senha bancária e um scanner varrerá seu corpo para captar os sinais de RD que transmitem os dados de seu cartão de crédito.
Scott Silverman, presidente da Applied, durante discurso na feira ID World 2003, realizada em novembro, em Paris, convidou o sistema financeiro para trabalhar junto com sua empresa no desenvolvimento de aplicações comerciais do VeryPay.
“Num futuro bem próximo, nosso chip poderá ser usado como sistema adicional antifraude”, ele prometeu, na ocasião.
A tarefa não será fácil. Especialistas acham que a maioria das pessoas ficará assustada com a idéia de ter um radiotransmissor dentro de seu corpo. A Applied Digital tem ainda contra ela a ira de grupos de cristãos radicais que acreditam que o VeriPay é a “marca da besta”, falada na Bíblia.
“O Livro do Apocalipse profetiza que um dia Satanás convencerá os habitantes do planeta a receber uma “marca” em suas mãos para comprar e vender”, diz Gary Wolscheid, dono de um site que faz a apologia do final dos tempos.
A Applied Digital argumenta que não há qualquer fundamento nisso, uma vez que o uso de seu dispositivo é voluntário. A empresa já emprega a implantação de chips em vários sistemas de segurança: anti-seqüestro (VeriKid), identificação de emergência (VeriMed) e controle de acesso a prédios protegidos (VeriGuard). — João Magalhães
Empresa desenvolve chip de débito implantável.
Uma empresa da Flórida anunciou planos para desenvolver um serviço com o qual os consumidores poderão pagar suas compras usando microchips implantados sob a pele. O CEO da Applied Digital Solutions, Scott Silverman, acredita que o implante VeriChip, fabricado pela companhia, pode um dia vir a substituir os cartões de crédito. Pelos planos de Silverman, em vez de usar o cartão bancário para fazer compras, os usuários do VeriChip terão seus corpos escaneados por leitores especiais.
Embora a idéia de usar um biochip como cartão de crédito implantável possa parecer saída de um episódio de Arquivo X, transações financeiras feitas com sinais de rádio já são comuns em algumas áreas. O serviço Speedpass, da ExxonMobil, por exemplo, oferece ao usuário um chaveiro contendo um microchip ligado ao seu cartão de crédito. Os usuários passam o chaveiro diante das bombas de combustível e a compra é descontada no cartão de crédito dentro de segundos. Recentemente, mais de 400 lanchonetes da rede McDonald´s na região de Chicago começaram a usar o sistema Speedpass para permitir aos seus clientes uma forma mais conveniente de pagar por hambúrgueres e fritas.
Enquanto isso, a MasterCard testa um cartão com tecnologia RFID (identificação por radiofreqüência) chamado PayPass. Como o Speedpass, o cartão usa a tecnologia para acessar as informações financeiras do usuário e eliminar a necessidade de assinaturas ou interação com atendentes. Numa entrevista ao jornal USA Today semana passada, um executivo da MasterCard disse que a empresa está avaliando a possibilidade de integrar sua tecnologia de RFID em outros objetos, como canetas ou brincos. “Em última análise, isto poderia ser embutido em qualquer coisa – algum dia, quem sabe, até sob a pele”, disse o executivo.
É aí que entra o pessoal do VeriChip. Jóias ou canetas contendo microchips podem ser facilmente perdidas ou roubadas, mas seres humanos com implantes digitais são bem mais seguros. “Somos os únicos a oferecer tecnologia implantável de identificação”, disse Silverman, que anunciou seu serviço VeriPay na última sexta-feira, durante um discurso na feira ID World 2003, realizada em Paris. “Acreditamos que o mercado vai evoluir e adotar nosso produto”.
Embora reconheça que um produto acabado só deve estar disponível dentro de alguns anos, Silverman convidou bancos e companhias de cartão de crédito para trabalhar com sua empresa no desenvolvimento das aplicações comerciais do VeriPay. Num futuro próximo, disse ele, o chip poderá ser usado como um sistema adicional antifraude. Os usuários de caixas eletrônicos fornecerão sua senha bancária e serão escaneados, por exemplo.
Richard M. Smith, consultor de privacidade e segurança, diz que um dos maiores obstáculos para a implantação do sistema pode ser a cautela dos possíveis usuários. “O VeriPay vai oferecer conveniência com os cartões RFID, mas acho que a maioria das pessoas vai ficar assustada com a idéia de ter um radiotransmissor dentro de seus corpos”, disse Smith.
A Applied Digital Solutions atraiu críticas de grupos fundamentalistas cristãos segundo os quais o VeriChip é a “marca da Besta” descrita na tradição bíblica. Segundo o livro do Apocalipse, Satanás um dia vai convencer as pessoas a receberem uma “marca” em suas mãos para comprar e vender. “Este é um passo gigantesco na direção da marca da Besta”, disse Gary Wolscheid, cujo site acompanha o que muitas correntes religiosas acreditam ser os sinais do fim do mundo. Ele está entre as dezenas de sites da Web que relacionam o VeriChip às profecias apocalípticas.
Representantes da Applied Digital dizem que tais preocupações não têm fundamento, uma vez que as pessoas são implantadas voluntariamente. O VeriPay é um dos vários serviços lançados pela companhia para promover seus implantes eletrônicos. A empresa também o utiliza num serviço anti-seqüestro (VeriKid), num sistema de identificação de emergência (VeriMed) e como tecnologia de segurança para controlar o acesso a prédios protegidos (VeriGuard).
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